O FANTASMA DA LIBERDADE
1 O BAR.
O que é a realidade? É que ela pode até nem existir, mas aqui neste bar aberto à imaginação, pensa-se nela, logo existe na realidade, o que não quer dizer que seja forçosamente real, assim à primeira vista, subentenda-se… , mas vai co-existindo com outras realidades, mais reais que a própria realidade que ultimamente até anda na sombra de si mesma, pelo menos quanto a mim que também ando… Vá!
Que as palavras não sejam só fonética para o canhão do espectáculo, logo do espectador, já que as palavras são a moeda de troca, cuja elegância suprema se espera real a toda a hora (mesmo quando muda, ou só em silêncio).
E quem já não está farto de massacres?
Aqui neste bar que faz de bar um megafone parece o que também é, e quem diz um megafone diz um algoritmo.
Um livro levita como se fosse essa a arte capital, e um estojo de madeira contém o poder da própria fragilidade.
O rapaz de Marrazes, (uma freguesia com vista para a realidade), e um designer de Fátima, operam e constroem através da força da matéria, prima deles, um artefacto que serve para o conforto (também desconfortável), do espectador-actor que se sentar naquele balcão de retro-qualquer coisa-futurista-nao sei quê-Blade-não sei quantas-Runner-ou lá o que é, tipo Terminator, o implacável.
Nesse espectro, alguém dorme e desperto para o infinito da alma tecno-humana e até lógica, se virmos bem, mas só e apenas de certo ângulo mas se virmos mesmo bem. Bem mesmo. Dormir, sim.
Isso e não só, como tudo… Vá! Já se sabe… Ou não, porque o outro lado obscuro também se faz iluminar em watts.
Outro extraordinário indivíduo, faz-nos, qual líquido, envolver no jogo da geo-estratégia como se pudéssemos realmente perceber dessa geo-estratégia e até contemplá-la. É a arte a falar para si mesma ao telefone com a realidade. A existência.
O tabuleiro está lançado e as cartas não circulam por baixo da mesa. Até porque nem há mesa nem há cartas. Mas se quiséssemos haveria, porque aqui neste bar a liberdade não é um fantasma, pelo menos isso dizem os pictogramas que, caso tenham os dignos espectadores-actores a lentidão suficiente e a generosidade aparente da autora, alcançarão com alguma certeza, essa melancolia gráfica desejável e justa, como deveria ser a própria protagonista desta história-a realidade.
Senão perguntem à Rita que, perspicazmente, nos consegue sem sombra (iluminada) de dúvidas , envolver numa cortina de fumo, mas daquele fumo que arde sem se ver, como o amor, esse sim será sempre para aqui chamado porque enquanto houver bares e morte haverá esperança (amor).
Se formos a ver bem podemos encontrar um código QR , e é melhor encontrá-lo, senão será ele que nos encontrará a nós, mas o que é preciso é que nesta linguagem meta-não sei quê, deste bar não sei que mais, haja energia para que o jogo de badminton se dê, ou de ténis, mas a Rússia não anda para brincadeiras. Quem diria que o ténis podia ser assunto para o expresso da política que já viu melhores dias, ou mesmo noites, consoante o bar que se frequente e a arte que se consuma.
Neste jogo da espera ganha-se sempre, mesmo que o zero a zero apareça zen. E arty.
Trata-se sempre de dignidade. E isso não tem preço nem se traduz em NFTs.
Num bar encontramo-nos mesmo que sós (SOS), ou mal acompanhados mas há sempre potencial humano para mais um shot, para destilar palavras e imagens ao ritmo de um som quase melodramático.
Tudo é um teatro, os Óscares que o digam.
2 O ESPECTÁCULO
( O espectáculo segue dentro de momentos).