A exposição O PODER DA FRAGILIDADE, de TERESA MILHEIRO e LEONOR HIPÓLITO, inaugura em 3 de Maio, pelas 19:00h. A exposição estará patente na galeria da Livraria Sá da Costa até 1 de Junho, e conta com produção do POGO.
As duas artistas, ambas oriundas do universo da joalharia, apresentam cada qual o seu projecto individual, porém articulado no espaço da galeria, e em consonância com o título da exposição.
Os objectos de Teresa Milheiro, em vidro e metal cromado, estão dispostos sobre uma bancada de 6 metros de comprimento, e aludem ao poder exercido sobre as mulheres ao longo dos séculos com vista à sua “normalização” e/ou alienação. São objectos acutilantes e frágeis que lembram os instrumentos outrora utilizados na lobotomia.
Por seu turno , o projecto apresentado por Leonor Hipólito é, nas palavras da autora, “um poema à vida, à sua natureza lírica, ao vigor criativo da sua efemeridade”. Consta de peças de parede em metal cromado e tecido pintado a acrílico e dois desenhos instalados no chão. São objectos subtis que remetem para o mundo natural e para a anatomia.
Teresa Milheiro | créditos José Maria Cyrne
Leonor Hipólito | créditos Arne Kaiser
Horário de Funcionamento
2ªfeira a sábado, das 14h30 às 19h00.
Encerrado domingo e feriados.
Localização:
Rua Serpa Pinto, nº19, 1200-205 Lisboa
Informação à Imprensa:
José Sousa Machado 91 228 30 00 | Ruy Otero 916 403 994
Nota biográfica de TERESA MILHEIRO
Com formação artística que passa pela Escola Artística António Arroio, o IADE e o AR.CO, e uma carreira de mais de trinta anos de criaçáo e produção artístca, Teresa Milheiro revela a sua ímpar abordagem à joalharia enquanto arte contemporânea. Cada peça criada é assim ampliada, assumindo-se enquanto obra escultórica, na qual o valor intrínseco e extrínseco da variedade de matérias-primas e da mestria e inovação técnicas procede um trabalho prévio de pesquisa e investigação conceptuais. Adicionalmente, o domínio estrito da joalharia contemporânea é extrapolado através do cruzamento disciplinar desta com outras formas de arte, nomeadamente em diálogos diversos com a fotografia, a música, o teatro e a performance. Mantém, desde o início da sua carreira, presença assídua em exposições nacionais e internacionais, individuais e colectivas, de entre as quais se destacam as duas presenças, em ’92 e em ’07, em Munique, na Schmuck, a mais importante exposição de joalharia contemporânea a nível global, em ’08 em Lisboa e no Rio de Janeiro na exposição “Joias Reais”, em ’11, na Bélgica, na “Triennale Européenne du Bijou Contemporain”, em ’16 com “Passagem para um Outro Lado” no Museu do Dinheiro, em ’14 com “Pin – 10 anos” na Sociedade Nacional de Belas Artes, em ’13 com “Abecedário“ no 40º aniversário Ar.Co no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em ’12 com “Border City” no Instituto Camões, em ’04 na exposição “Ponto de encontro – 25 anos de intervenção de joalharia do Ar.Co” no CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, ou em ’90 na “Biennale des Jeunes Criateurs de L’Europe Meditérranee”, entre inúmeras outras. Em ’94, co-funda a Galeria Zé dos Bois. A partir de ’98, e durante dez anos, colabora com a empresa Archeofactu em colecções de joalharia destinadas a instituições e museus e inspiradas pelo património material ou intelectual destes, enquanto mantém em paralelo a criação e produção individuais e independentes. Em ‘07, cria a Galeria Articula. O seu trabalho está presente em colecções particulares nacionais e internacionais, conta com inúmeras inserções em catálogos e publicações nacionais e internacionais, participações em conferências e debates e em vários painéis como jurada de concursos. É professora de joalharia no Ar.Co desde ’16. O seu site www.teresamilheiro.com apresenta as obras referidas nesta nota e muitas mais. Em Março de ’18, a RTP apresenta o documentário “Jóias para que Vos Quero”: https://www.rtp.pt/play/p4350/e326975/joias-para-que-vos-quero .
Nota biográfica de LEONOR HIPÓLITO
A expressão artística de Leonor Hipólito reúne linguagens tão diversas como a joalharia, a escrita, o desenho, a escultura e a fotografia, que para si se complementam ao refletir perspectivas sobre a relação física, psicológica e emocional do ser humano.
A sua formação em joalharia contemporânea entre 1995 e 1999 na Academia Gerrit Rietveld, em Amesterdão, Holanda, e na Parson’s School of Design, em Nova Iorque, USA, permitiu que desenvolvesse uma relação muito particular com a escultura que estudou em 1994 no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa.
Desde 1998 o seu trabalho tem sido exposto em Portugal e nos estrangeiro e as suas ideias disseminadas em palestras, workshops e publicações.
Destacam-se a título de exemplo os projetos individuais “While they sleep they dream”, Espaço AZ, Lisboa, 2019; “Previsão do tempo”, Galeria Reverso, Lisboa, 2018; “Hoje sou, amanhã outra”, Espaço AZ, Lisboa, 2017; “Beyond Emotions”, Plataforma Revólver, Lisboa / Galeria Goldfingers, Copenhagen, Dinamarca, 2012; “Esplendor da usabilidade”, Museu de São Roque, Lisboa, 2010; “Apparatus”, Galeria Objectspace, Auckland, Nova Zelândia, 2007; “In-corporation”, Galeria Marzee, Nijmegen, Holanda / Vice-versa, Lausanne, Suiça 2006 e 2007, respetivamente.
Em 2009 publicou o seu primeiro livro “überstein”, resultante da colaboração com o fotógrafo e desenhador gráfico Arne Kaiser, ao qual se seguiram “Beyond Emotions”, 2012; “22 reflections on the dissolution of the self”, 2015; “Preto”, 2015; “Sem retorno”, 2017; “Looking at us looking at us”, 2017; “Writing Pad”, 2019.
Como professora e palestrante, esteve várias vezes no Departamento de Joalharia do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, entre 2003 e 2018; na Head_Gèneve -Universidade de Arte e Design em Genebra, Suiça, em 2018; na Escola António Arroio, em Lisboa, em 2017; no Institute of Precious Metals e Dome of Visions, em Copenhaga, Dinamarca, em 2012 e em 2014, respetivamente; na ESAD – Universidade de Artes e Design, em Matosinhos, entre 2009 e 2010.
Paralelamente à sua criação artística participou nos projectos de dança “Weaving Chaos”, 2014-2017, e “A Bag and A Stone”, 2018, da coreógrafa Tânia Carvalho; “A Sala de Não Estar”, video-arte de Mayumi Kimura / Quarto de Arte, 2014; “Birdie”, da Companhia de Teatro Señor Serrano, pela ocasião do Festival FIMFA Lisboa 2018.