O Chão na Cabeça

O Chão na Cabeça apresenta uma instalação onde o tempo parece condensar-se, convocando passado e porvir. Em diálogo constante entre origem e destino, a obra propõe uma descoberta feita de necessidades, resistências e memórias corporificadas.
Com um gesto de ofício que caracteriza a prática de João Timóteo — e que encontra eco nas expressões artísticas populares — a exposição habita a fronteira entre ficção e realidade, entre o virtual e o físico. No espaço expositivo ergue-se um labirinto relacional e gravítico, uma possível “casa-cérebro” que se afirma como extensão do pensamento. Aqui, o movimento entre interior e exterior torna-se visível: o espaço mental desdobra-se no espaço físico, e vice-versa.
Objetos simbólicos, fragmentos domésticos ou vestígios de uma memorabilia íntima ganham uma espécie de consciência material. Deformam-se, cedem à gravidade, revelam cinesia na própria degradação. Nessa falência física, projeta-se um reflexo corpóreo que transforma o familiar em algo vivo e inquieta

nte. A exposição convida assim a uma experiência onde o pensamento se torna matéria e a matéria revela novas formas de imaginar o real.

Inserida no projeto Half-Life — proposto como possibilidade de explorar as relações entre a virtualização do mundo e as condições físicas da imagem —, O Chão na Cabeça apresenta-se sob a forma de instalação activada por ações performativas enquanto “objetos” escultóricos”. Esta exposição, que segue para Berlim com uma apresentação no Rosalux, envolve vários artistas do POGO, um coletivo que opera como um laboratório multidisciplinar que “questiona a linguagem do teatro enquanto universo autónomo”. É deste contexto que a presente exposição resulta, evidenciando-se o processo de hibridização entre artes e meios como potenciador de novas estruturas de narrativa e representação — novas gramáticas ficcionais. Neste encalço, a instalação O Chão na Cabeça inscreve-se num espaço que se abre à reflexão sobre a condição tecnológica e experimental contemporânea, tornando-se veículo da proposta deste coletivo de “testar as premissas estéticas deste novo estado de coisas”.

Ficha Técnica:
Artista: João Timóteo
Performance interpretada por: Rita Só
Design e Edição: Constança Pupo Cardoso
Comunicação: Sara Battesti
Apoio Técnico: Miguel Neto (Cerâmica), João Costa (Animação Digital)
Produção e Montagem: Diogo Dias João, Guilherme Silva, Bruce Paulino, Bruno Cecílio, Joana Pinto Oliveira
Agradecimentos: Manuel Silva, Ivone 

Viegas, Ricardo Tocha, Renato Franco, Filipe Mendes, Luis Elgris, Ruy Otero, Fernando Belo, Guilherme Silva.

Organização: Pogo Teatro 

Parceria:
Programa financiado por: República Portuguesa — Cultura, Juventude e Desporto / Direção Geral das Artes

 

Carpintarias de São Lázaro – Centro Cultural
Rua de São Lázaro 72, Lisboa, Portugal  
5 de dezembro de 2025 a 8 de fevereiro de 2026*

De Quinta a domingo, 12h – 18h

Entrada gratuita: 5, 6 e 7 de dezembro
Entrada: 2€ (nos restantes dias)

*Está encerrada nos dias 11 e 12 de dezembro e entre 21 de dezembro e 7 de janeiro de 2026.